terça-feira, 10 de março de 2009

Estrada escura

Sempre em linha reta a estrada segue
Sem rumo e sem fim, ela apenas segue
Iluminada apenas por poucos postes em todo o percurso
Inútil, desnecessário

Andando nela, ele se perdeu
Perdido em pensamentos
Talvez a má iluminação ou o marasmo do caminho
Não se via ninguém além dele
Não se ouvia nada diferente de seus passos calmos

Ele não tinha certeza se estava falando com si mesmo
Ele não tinha certeza se estava respirando
Ele não tinha certeza se estava pensando
Uma confusão mental norteada somente por uma reta

Mas que não chega nunca a um ponto

A calma dos passos foi se deteriorando
Transformou-se no nervosismo de uma corrida
Desespero o assolou
Batimentos cardíacos acelerados
Pupilas dilatadas
Respiração ofegante
Morte certa?

O fervor da corrida foi se esvaindo
Tornado-se uma caminhada
A calma o tomou
Pulsação normal
Olhos não arregalados
Respiração profunda
Morte certa?

A estrada escura não terminou
A reta perdura
Infinita
Ele segue num caminho sem fim
Que o levará a nada
Até o fim dos seus dias
Morte certa?